domingo, 13 de maio de 2012

MÃE!


Há pouco tempo acabei de ler "Precisamos falar sobre Kevin" de Lionel Shriver  E, este livro, entre outras coisas trata daquilo que nenhuma mulher gosta de admitir:  que nem todas nasceram para ser mãe, que quando uma mulher acaba cedendo às pressões da sociedade, de que precisa ter filhos, isso pode ser bastante frustante e trazer problemas para toda a família, inclusive criar uma criança desasjustada.  Quando resolvi ler o livro, uma amiga comentou que, quem desejasse ter filhos não deveria lê-lo.  Mas, penso justamente o contrário, o livro é muito impactante, muito reflexivo.  E, só veio reafirmar algumas coisas em que eu já cria, tais como:



  • Embora as mulheres tenham nascido com a capacidade de gerar filhos, nem todas nasceram para ser mãe.  Vejo isso todos os dias nos telejornais.  Mulheres jogando seus filhos fora, como se fossem lixo; matando-os de tanto espancá-los porque não tem paciência para criá-los.  Deixando-os sozinhos em casa ou na companhia de outras crianças, para se divertirem. 
  •  A maternidade não é tudo na vida de uma mulher.  Crescemos com a idéia de que para sermos felizes precisamos ser mãe. A sociedade ainda cobra isso o tempo todo das mulheres.  Ouço várias mulheres dizerem que só foram felizes depois que tiveram filhos.  Há muitos mitos em torno da maternidade, e vamos passando isso de geração em geração ainda.  É possível ser feliz sem filhos, conheço muitas pessoas que o são.  Eu não tenho filhos, por opção, e sou feliz!  Amo crianças, cuido delas quando é preciso, leio sobre educação, gosto de trocar fraldas, contar histórias, desenhar, sentar no chão e etc.  Mas no final do dia devolver para os pais!  rsrsrsrsrs.  Uma vez ouvi uma mulher dizer que depois que teve filhos passou a ter mais compaixão pelas crianças de rua.  Que tristeza, pois quando olho uma criança de rua tenho compaixão como se fossem meus filhos.  Esse mito de que só quando se é mãe se é capaz de fazer determinada coisa me parece muito limitante!
  • Filho é coisa séria.  A coisa mais fácil do mundo é fazer filho, é prazeroso até.  Pari-lo pode ser pouco dolorido, se for por cesariana ou um pouco mais se for normal.  Hoje em dia, poucas são as mulheres que querem "sofrer" pra ter filhos.  Eu também escolheria o menos dolorido.  Dificil é criar, educar, abrir mãos de muitas coisas para se criar um filho.  Outro dia fui ao shopping e tinha um casal com um bebe que acabara de sair da maternidade (com certeza ainda nem tomara as primeiras vacinas), que chorava agoniado.  Eu me pergunto, que mãe é essa que não consegue deixar de ir ao shopping por pelo menos três meses pelo bem estar do seu filho?  Dizem que eu sou radical e sou!  Ser mãe é abrir mão de coisas sim!  Pelo menos, enquanto o filho ainda depende dela.  Quando se tem um filho não se é mais livre para fazer o que quiser; o bem estar da criança vem em primeiro lugar, é assim que eu penso. Não que a mãe não possa mais se divertir, ter um tempo só pra ela, sair, ir ao cinema.  Mas, expor uma criança até tantas horas na rua porque "não vai deixar de fazer nada por causa de filho" é paradoxal!  
  • Ser mãe deve ser uma decisão séria.  Ter paciência, gostar de crianças, saber que vai ter que abrir mão de algumas  coisas, que nunca mais vai dormir em paz, que a responsabilidade sempre será mais dela,  disso não ter a menor dúvida, são pré requisitos para querer tornar-se mãe.  Não porque a sociedade cobra, não porque a idade está avançando e é preciso logo ter um filho, não porque o companheiro quer; a decisão tem que ser da mulher, porque é ela que vai ser a mãe.  Porque, com raríssimas exceções, no final quem fica com todas as responsabilidades são sempre as mães.

  • A todas as mães, que dedicam ou já dedicaram seu tempo, seu amor e até toda a  beleza para cuidar dos seus filhos um FELIZ DIA DAS MÃES.  Às mães, como a minha, que teve que ser pai e mãe ao mesmo tempo, um PARABÉNS REDOBRADO!