sábado, 23 de junho de 2012

RIO + 20, EU FUI , E DAÍ?

Hoje é o primeiro dia sem o RIO + 20, a cidade aos poucos volta ao normal.  Descanso merecido de sábado, outras programações, não tem mais circo, "não tem mais brincadeira, ê, José! Não tem mais confusão, ê João!..." o espetáculo já passou !!!  Foi essa a minha sensação!  Muito show, muita encenação, muita mídia e no final, o que ficou? Sempre me preocupo com espetacularização da coisa séria.  Funciona mais ou menos assim:  a realidade é muito dura, vivemos no tempo da felicidade a qualquer preço, por que se preocupar tanto com o futuro, nem vou estar mais lá. Tá bom, vamos pensar um pouco sobre o assunto, mas junto, vamos fazer um showzinho , pois ninguém aguenta tanto problema, sem um espetaculinho!  E assim, a questão séria se perde num monte de imagens, sons, filas, correrias e mídia!  Se a proposta de tantas imagens, palavras e sons era transmitir algo, causar impacto e nos fazer refletir, uma platéia de mais de 200 mil pessoas não te permite isso.  Eu duvido que alguem tenha conseguido ler ou entender cada mensagem das salas que compunham o evento Humanidades no Forte Copacabana.  Eu me senti impactada, não com o que estava exposto, mas com a quantidade de gente que estava ali, não para refletir, mas para ver o espetáculo, tantas vezes exaltado pela grande mídia.  Políticos, autoridades, celebridades, todos querendo um pedacinho dessa platéia! Mas, graças a Deus, há aqueles que acreditam na coisa séria.  E, entre um espetáculo e outro, causaram algum desconforto! Desconforto, claro, pois a sociedade do espetáculo não quer ninguém questionando os seus métodos.  Passeatas, discussões, reflexões, nos acordando para a realidade incomodam muita gente e não dá ibope, pra que mostrar!  Ainda bem, que enquanto o circo passava, haviam aqueles que mostravam que não somos todos marionetes desse sistema que transforma coisa séria em teatro midiático. No que resultou tudo isso?  Um documento pífio, só pra justificar, tanta encenação, tantos gastos, tanta conversa jogada fora.  Coisa séria, vai se empurrando com a barriga.  Vamos curtir a copa, as olimpiadas.
Viva a socidade do espetáculo!!!
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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Meu Cartão Postal

Hoje, quando abri minha caixa de correios havia apenas uma correspondência.  Solitária, como que me aguardando para resgatá-la daquele lugar frio e receptáculo apenas de contas, anúncios e propagandas.  Também, algumas revistas, pois ainda não me rendi às leituras online.  Esta correspondência, tratava-se de um cartão postal, não qualquer cartão, mas de um feito de próprio punho, desenhado especialmente pra mim, cujo o assunto só alguém que me conhece pode definir.  Embora, eu já soubesse que iria recebê-lo, as coisas do dia-a-dia me fizeram esquecê-lo, mas quando o vi ali, no cantinho, solitário, me enchi de alegria.  Talvez o autor do cartão não saiba, mas eu tenho todos os cartões e cartinhas-poemas que ele me enviava, lá naqueles tempos, quando ouvíamos Legião Urbana, Beatles e John Lennon; quando ainda trocávamos correspondencias e não somente e-mails.  Dizia a ele, que quando fosse famoso, podia me dar ao luxo de dizer que possuia os seus primeiros trabalhos.  Ele pode ainda não ser "famoso", mas suas obras têm se aperfeiçoado cada vez mais, e nós, seus amigos temos nos beneficiado disso, já que ele compartilha conosco desse talento tanto de escrever, quanto de desenhar.  

Gil Moulin, muito obrigada por essa surpresa, muito obrigada pelo cartão, muito obrigada pela sua amizade.
Não sou muito boa com poemas, muito menos com desenhos,  mas, em retribuição deixo todo o meu carinho e amizade.  Grande beijo!



quinta-feira, 14 de junho de 2012

RIO + 20 - O QUE ISSO TEM A VER CONOSCO?


Hoje começam os trabalhos da RIO + 20, vinte anos depois da RIO ECO 92.  De lá pra cá, o que mudou de fato?  A preocupação é a mesma: diminuir o impacto da humanidade no planeta terra, ou seja, consertar o estrago que nós mesmos fizemos ao planeta, e consequentemente a nós mesmos.  Segundo especialistas poucas coisas mudaram nesses 20 anos para cumprir esse objetivo.  Algumas das discussões que dominarão a Rio+20,  já estavam na pauta de 1992.

Não há dúvida que a consciencia ambiental mudou. Tratos com o meio ambiente, cuidado com o lixo, incentivos à reciclagem e o uso de produtos que agridam menos o ambiente tem pautado agendas em todas as sociedades quando o assunto é proteger o planeta.  O problema é que numa sociedade de consumo, onde TVs e celulares são descartados a cada segundo e as ruas estão abarrotadas de carros, o nosso desafio ainda é muito grande.

Não vou discorrer sobre o assunto, pois não tenho conhecimento para isso, mas apenas colocar algumas questões para refletirmos. Pois, mesmo sabendo que há pessoas honestas e preocupadas com o problema ambiental e com o nosso futuro, os maiores responsaveis por essa degradação, as empresas capitalistas, poucos vão fazer para mudar esse quadro.  E, se o fizerem é para que evitem os próprios prejuízos.

Lendo sobre o assunto, achei Paula Brügger, professora do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina.  Em seu livro Educação ou adestramento Ambiental? A autora coloca muito sabiamente  a questão ambiental não é apenas a história da degradação da natureza, mas também da exploração do homem (que também é natureza!) pelo homem.”  Mas, nos habituamos a não nos considerarmos parte do sistema. Não associamos a degradação da natureza com a nossa própria degradação.  Nos achamos superiores e, portanto, como tais, temos domínio sobre ela.  Poucos são aqueles que ainda vivem da natureza da forma mais primitiva e dela tira seu alimento e a respeita. Queremos fazer isso agora, tardiamente, mas ainda assim, com algum lucro.  Proteção ecológica agora é econegócio.

Um exemplo disso, é o sucesso dos biocombustíveis, mas às custas de trabalho quase escravo.  E o que dizer da grife Zara, que mesmo sendo denunciada por trabalho escravo ainda assim teve um senhor lucro no ano da denuncia? Sem contar a crueldade com os animais para sustentar os conglomerados de fast-foods como Mac Donald´s, Burger King, FKC, etc, e as condições sub-humanas dos trabalhadores dessas empresas.

A pergunta que não quer calar.  Essas empresas abrirão mão de seus lucros pelo bem do planeta?
E, nós, abriremos mão dos nossos luxos pelo bem comum?  Deixaremos de frequentar os Mac Donald's mesmo sabendo que eles são os maiores responsáveis pela poluição do planeta? Deixaremos de comprar carros, mesmo sabendo que os recursos naturais para mantê-los andando custa muito caro à natureza? Deixaremos de trocar de celulares, laptops, tvs, mesmo sabendo que o lixo ecológico faz um tremendo mal à natureza e a nós mesmos?

No entanto, é o que querem nos fazer crer, que somos nós, o lado mais fraco dessa corda, os culpados por tudo de ruim que está acontecendo no planeta, e aí fomos alertados para  apagar nossa luz, tomar nosso banho mais rapidinho e usar sacolinhas ecologicas para dizer que estamos ajudando o planeta e assim ficarmos  de bem com a nossa consciencia.  É um começo, mas não é tudo

Qual é a nossa participação? Enquanto continuarmos alimentando o consumismo desenfreado promovido pela economia capitalista, que nos acena a cada dia com mais necessidades que não tínhamos até então, nada vai melhorar.  A natureza tem seu tempo, é devagar, com sabedoria.  A nossa necessidade de consumo é rápida, é destruidora, é burra!
Será que o Planeta aguenta!



http://www.nopatio.com.br/ecofriendly/cupula-dos-povos-por-uma-outra-rio-20/




Leia e saiba mais sobre o assunto!
  • Sucesso dos biocombustíveis esconde trabalho sub-humano (http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=trabalho-sub-humano-canaviais&id=5434);  
    http://www.ecodesenvolvimento.org.br/posts/2012/janeiro/trabalho-escravo-ainda-e-pratica-frequente-nohttp://www.coletivoverde.com.br/zara-trabalho-escravo/
  • Bem-estar animal agita acionistas de grandes empresas do agronegócio  
  • McDonald’s rejeita proposta contra obesidade infantil - http://hypescience.com/mcdonalds-rejeita-proposta-contra-obesidade-infantil/ 
  •  http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/06/dois-anos-depois-lanche-de-mc-donalds.html